Miopia já afeta 1 a cada 3 crianças. Saiba o que fazer

A miopia está se tornando uma preocupação crescente entre crianças e adolescentes, como apontado em uma reportagem recente do Jornal O Globo. Um estudo global publicado na revista científica British Journal of Ophthalmology revelou que, atualmente, uma em cada três crianças e adolescentes sofre dessa condição, que dificulta a visão à distância. Com previsões alarmantes de que até 2050 surgirão 740 milhões de novos casos de miopia em jovens entre 5 e 19 anos, os especialistas em oftalmologia estão emitindo alertas importantes sobre como prevenir e controlar o avanço desse problema.

As principais causas apontadas para o aumento da miopia em jovens são o uso excessivo de telas, como celulares e tablets, e a diminuição do tempo passado ao ar livre, fatores que se intensificaram após a pandemia de Covid-19. Segundo a pesquisa, crianças que passam mais tempo dentro de casa, envolvidas em atividades como leitura ou uso de dispositivos digitais, têm maior propensão a desenvolver a condição. Este fenômeno é mais acentuado em regiões como o Leste Asiático, onde a pressão educacional e o uso precoce de tecnologias digitais são comuns.

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O papel dos pais na prevenção da miopia infantil

Diante desse cenário, é fundamental que os pais estejam atentos à saúde ocular dos seus filhos, levando-os regularmente ao oftalmologista. A miopia não tratada pode piorar ao longo dos anos, levando a complicações mais graves, como o descolamento de retina e outros problemas oculares na vida adulta. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), juntamente com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recomenda que os pais incentivem atividades ao ar livre e limitem o tempo de exposição às telas.

Dicas para prevenir a miopia em crianças e adolescentes:
  1. Tempo ao ar livre: Incentivar brincadeiras fora de casa, em ambientes abertos, pode ajudar a reduzir o risco de miopia.
  2. Uso de telas: Evitar o uso de telas até os 2 anos e limitar o tempo para uma hora por dia até os 5 anos. Para crianças de 6 a 10 anos, o tempo máximo de exposição deve ser de duas horas por dia, com supervisão.
  3. Consultas regulares: Levar as crianças para consultas oftalmológicas preventivas é crucial para a detecção precoce da miopia e outros problemas visuais.

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Impacto global da miopia e tendências futuras

O estudo que embasou a reportagem analisou dados de mais de 50 países, envolvendo cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes, e indicou que a prevalência da miopia está em alta, especialmente em áreas urbanas e países com alta pressão educacional. Regiões como o Leste Asiático apresentam uma das maiores taxas de incidência, enquanto locais como o Paraguai têm menores índices de miopia, o que pode estar ligado ao menor uso de tecnologias digitais e à introdução tardia da educação formal.

Essa tendência global, que inclui a previsão da Academia Americana de Oftalmologia de que metade da população mundial será míope até 2050, reforça a necessidade de um maior cuidado com a saúde visual desde a infância.

Como a pandemia impactou a saúde visual das crianças

A pandemia de Covid-19 trouxe uma mudança significativa nos hábitos diários das crianças, que passaram mais tempo em ambientes fechados e aumentaram o uso de dispositivos digitais, seja para estudo ou lazer. Um estudo realizado por pesquisadores em Hong Kong comparou a incidência de miopia antes e após a pandemia e identificou um aumento substancial nos casos de miopia em crianças que passaram por longos períodos de isolamento social e restrições.

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Cuidados oftalmológicos regulares são essenciais

A saúde visual das crianças deve ser uma prioridade para os pais, especialmente diante do aumento global da miopia. Consultas oftalmológicas regulares, o incentivo a atividades ao ar livre e a limitação do uso de telas são medidas fundamentais para prevenir o avanço dessa condição. No longo prazo, esse cuidado pode evitar complicações graves e garantir uma qualidade de vida melhor para as crianças. Portanto, se você notou que seu filho está com dificuldade de enxergar de longe, procure um oftalmologista para uma avaliação detalhada.

Nota: Este artigo foi inspirado em uma reportagem publicada no Jornal O Globo. Para ler o artigo original, acesse o site do jornal.