Comprimidos para eliminar a dor de cabeça são paliativos. Para cortar o mal pela raiz, é preciso investigar as causas, que podem advir de problemas de visão.
Entre as queixas mais comuns vistas na prática médica, a cefaleia, ou dor de cabeça, acomete pacientes em todo o mundo de ambos os sexos e todas as idades. Apesar de usualmente benigna, a dor derivada das cefaleias pode ser devastadora e interferir nas atividades rotineiras.
A cefaleia é uma dor crônica, intermitente ou episódica, que envolve a cabeça, o crânio e o couro cabeludo. Uma minuciosa história do paciente (anamnese) é a chave para se fazer um correto diagnóstico e, dessa forma, tratar a possível causa, que pode ser de origem oftalmológica, por síndromes benignas (enxaquecas, cefaleias de tensão e estresse) ou, em sua minoria, por patologia grave, intracraniana ou sistêmica.
As cefaleias de origem oftalmológica podem ser divididas em duas partes:
- Por alterações orgânicas: qualquer lesão que produza tração, distensão, deslocamento ou inflamação das estruturas contidas nas órbitas oculares ou nos seus anexos imediatos. Nesses casos, as dores podem variar de um ligeiro desconforto até intensidades insuportáveis. As camadas externas (córnea e conjuntiva) são extremamente sensíveis à dor. Assim, um simples corpo estranho na córnea pode desencadear manifestações dolorosas.
- Por esforço visual: a típica cefaleia que surge com o trabalho, piora à medida que ele continua sendo desenvolvido, e só ocorre melhora com o descanso. É muito comum o indivíduo se queixar de cefaleia durante os dias da semana e ela diminuir nos fins da semana, quando ele não trabalha e, portanto, não exerce esforço visual constante. As dores por esforço visual podem se distribuir por qualquer parte da cabeça, se concentrando, normalmente, na região frontal e superciliar.
Hipermetropia, astigmatismo e anomalias de acomodação convergente (presbiopia —quando a visão é nítida somente ao aproximar o objeto dos olhos) são defeitos de refração que podem provocar cefaleia. Nesses casos, o médico deve estudar, em primeiro lugar, se as dores têm nítida relação com o esforço visual. Deve-se considerar os fatores hereditários, como os vários graus de defeito de refração que são transmitidos aos descendentes e as crises de enxaqueca que podem ser comuns e conhecidas na mesma família.
Em relação à idade, crianças com menos de sete anos de idade raramente se queixam de cefaleia por esforço visual. Já por volta dos 40 anos, é comum as pessoas apresentarem o problema de disfunção de acomodação convergente (presbiopia) e, como consequência, podem apresentar cefaleias diárias.
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